Dona Doceira: um resgate da doçaria brasileira


Marca goiana abre atelier em São Paulo para apresentar doces típicos artesanais praticamente desconhecidos fora de seu estado de origem, como as flores de coco e os limõezinhos recheados


Macintosh HD:Users:lucasterribili:Desktop:Dona Doceira:FInal:Rosa de coco de açaí_Dona Doceira_Lucas Terribili_30_release.jpg A influência portuguesa levada pelos bandeirantes paulistas, somada às tradições do interior goiano, deram à doçaria do estado contornos bem particulares. Baseada principalmente nas frutas e perpetuada através da oralidade desde 1780, ela foi retomada por Cora Coralina, poetisa que tirava da cozinha seu sustento.  Esse rico receituário é o ponto de partida para as criações da Dona Doceira, confeitaria da artesã Adriana Lira, que abre um atelier em São Paulo para vender produtos sob encomenda para casamentos, eventos, pequenas festas ou ainda para presentear.

Com o objetivo de retomar doces tão antigos, alguns deles seculares, e mostrá-los para todo o Brasil, a marca homenageia senhoras como Dona Alice Velasco, Dona Ritinha do Bráulio, Dona Silvia, Dona Dita, Dona Divina e Dona Goiandira, todas doceiras de mão-cheia que antigamente viviam em Goiás e eram procuradas pelo nome, cada uma com sua receita secreta. São docinhos tipicamente brasileiros, quase desconhecidos fora de seu estado de origem, resgatados depois de um longo processo de pesquisa em sua antiga capital, a cidade de Goiás.

Os doces
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No atelier, tudo carrega grande carga afetiva e é feito à mão, em processos longos e elaborados. Marca registrada da Dona Doceira, as Flores de Coco  (foto acima, à esquerda, a partir de R$6 a unidade), por exemplo, são feitas uma a uma em um preparo que leva 28 minutos e aparecem em sabores como o tradicional, feito com fitas de coco, água de coco e açúcar orgânico, ou combinados com goiabadamaracujá açaí, entre outros. Já os típicos Limõezinhos recheados (R$4), trazem casquinhas de limão galego orgânico tratadas para  perderem o amargor e cozidas no tacho de cobre para ficarem mais verdes e brilhantes, originalmente preenchidas com doce de leite caseiro, mas que também aparecem em sugestões autorais como a de Ganache de chocolate preto com cachaça e farofa de castanha de baru ou a de Ganache de chocolate branco com licor do cerrado e frutinhas cristalizadas e até em uma versão feita com casca de laranja kinkan. Outro hit, os Pastelinhos de Goyaz (R$4, foto à direita), representantes oficiais da doçaria goiana, são semelhantes aos pasteis de Belém portugueses, mas como tinham que durar na bagagem dos bandeirantes por toda a viagem de volta à São Paulo, eram recheados com doce de leite e canela ao invés de creme de ovos. A massa fina e crocante, feita com banha de porco ao invés de manteiga, é outro diferencial e na Dona Doceira há ainda uma variação recheada com Ganache de cachaça e pimenta cristalizada.
Macintosh HD:Users:lucasterribili:Desktop:Dona Doceira:FInal:Dona Doceira_Lucas Terribili_16_release.jpgA marca aposta ainda em delicados e encantadores suspiros em formato de rosa, feitos em diversas versões. Há os duplos, recheados com Bicho-de-péBrigadeiro tradicional e de Limão (R$3,50 cada, foto à esquerda), os Micro-suspiros com raspinhas de limão galego (R$50/kg), ideais para acompanhar o café, os Suspirões em flor (R$5), recheados com Doce de leite ou Brigadeiro, e ainda os Orgânicos (R$4 cada), feitos com ovos da fazenda, açúcar orgânico, mais leves e de interior mais cremoso. Nas frutas glaçadas, Docinho de abóbora com farofa de coco (R$2,50 a unidade), Flores de fita mamão verde com calda de especiarias (R$6) Zestes Cristalizadas (R$50/kg), tirinhas das cascas de Limões galegoCravoSiciliano e TaitiTangerina e Laranja cristalizadas, que podem ganhar ainda cobertura de chocolate (R$55/kg). Completam a oferta doces preparados com ingredientes locais como o Pavê de cajá-manga ou pequi (R$3,50), o Bolo de araruta com canela (R$40, o tabuleiro) e o Figo do Cerrado (R$5), recheado com creme de castanha de baru e servido com mascarpone, além de biscoitossequilhos, outros bolos e doces para comer às colheradas. 
 Sobre Adriana Lira
Nascida em Goiânia, Adriana passou a infância entre a cidade e a Fazenda Santa Helena, da família, que hoje é responsável pela produção das frutas orgânicas usadas no preparo dos doces, como o limão, a tangerina e o mamão.  Criada entre muitas avós, bisavós e tias-avós quituteiras, cresceu encantada com delicadeza das formas e com o longo tempo de preparo das receitas que elas preparavam. Depois de trabalhar por seis anos na área de comunicação de uma grande indústria de biscoitos e notar uma demanda por alimentos mais saudáveis, com menos adição de açúcar e gordura, decidiu resgatar as lembranças dos docinhos que consumia quando criança para criar, em 2010, a Dona Doceira. Depois de uma viagem de pesquisa na cidade de Goiás, aplicou seu conhecimento de mercado para dar uma roupagem moderna à tradicional doçaria goiana. Em 2015, veio a vontade de trazer a marca à São Paulo para apresentar esse rico receituário aos paulistanos e para todo o Brasil.
Serviço:
Atelier (apenas com agendamento): R. Cerro Corá, 1079, São Paulo
Goiânia: Rua 145, n 221, St Marista – Café Coreto
Instagram @donadoceira
Telefones: (011) 2157-6114 / 99227-7361 ou (062) 9252-4447

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